quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O Nazismo em segundo plano


Por: Ana Carla Freitas

Escrito por Markus Zusak, “A menina que roubava livros”, faz a morte contar a história de uma menina que rouba seu primeiro livro meio que por acaso, e depois descobre que é isso que dá sentido à sua vida, não somente o fato de roubar, mas o amor pelas palavras. A vida dos personagens, bem como suas personalidades, é muito influenciada pelo pano de fundo - o Holocausto.
A idéia do livro começou quando o autor escrevia outra obra, mas já pensando em escrever um livro sobre um ladrão de livros. Uniu essa forma com a vida que seus pais levaram por crescerem na Alemanha nazista e principalmente na importância das palavras ditas naquela época e que faziam as pessoas acreditar, assim como levá-las a fazer.
A Menina que roubava livros apesar de triste não pode ser comparado com algumas publicações do mesmo gênero, como o Caçador de Pipas ou A Cidade do Sol, pois muitas partes do livro realçam a felicidade da protagonista, mesmo vivendo humildemente e ter passado por perdas irrecuperáveis: a morte do irmão e o abandono da mãe.
É uma história gostosa de ler que prende a atenção no começo, quando se espera algo a mais sobre como o autor vai retratar o nazismo e o massacre aos judeus, mas esse desenrolar demora a aparecer e nos momentos em que a história nazista engrena, muda-se o foco para a ficção do livro.
Infelizmente o que deveria ser principal ou caminhar com a protagonista, fica em segundo plano, como se tivesse a intenção de ilustrar a ficção e não de andarem na mesma sintonia. O que é uma pena já que o intuito (de muitos) de ler a obra foi o fato de retratar a Alemanha naquele período.
O livro se apega em muitos detalhes de locais, pessoas e formas, ocasionando um cansaço na leitura em determinados momentos, mas o final compensa os momentos de “solidão” do livro. O autor acelera os acontecimentos e finaliza de uma forma inusitada, que com certeza arranca lágrimas de seus leitores.

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